Background: Crocodyls Dunylo (Parte 2) 10/04/2016 - 17:00

Anteriormente em... A Lenda dos Crocodyls: Speck puxou a corda. As gaiolas foram abertas. Os Crocodyls rugiram e surpresos, deram um salto, então - inicialmente devagar - começaram a sair das gaiolas e correr ao redor do porão, explorando-o. Duas espécimes começaram a se interessar por Speck, até que um barulho vindo do alto da plataforma superior atraiu sua atenção. E assim, todos eles foram direto para as escadas. Começara - o destino do Arena Dunylo estava selado.

Episódio IV – Um tesouro imprevisto

Speck esperou ouvir os primeiros gritos no andar de cima antes de se liberar de sua prisão protetora. O som do massacre que acontecia tão perto lhe deu calafrios. Enquanto se dirigia à escada, ele notou um pálido reflexo em uma das jaulas que havia sido ocupada por um Crocodyl alguns minutos antes. Seu instinto lhe disse que deveria se tratar de algo importante, valioso. Foi então que seu espírito de aventureiro tomou conta dele. Ele foi em direção à jaula. Lá, no meio da palha, das escamas e das carcaças podres – restos das refeições do ex-habitante da cela – estavam dois grandes ovos branquíssimos, iluminados pela luz da lua que entrava por uma escotilha próxima. Um dos Crocodyls capturados era uma fêmea, e fecundada, ainda por cima. Ele não perderia tudo, afinal!

Era preciso recuperá-los e levá-los para o seu zoológico! Ainda pensando no que o aguardava no topo da escada, ele deixou a prudência de lado. Enquanto estendia o braço para pegar o primeiro ovo, o segundo se mexeu. Speck ficou imóvel como uma estátua. Será que estava prestes a eclodir? Seria ele testemunha deste evento tão raro quanto maravilhoso? O nascimento de um Crocodyl selvagem era algo que ninguém havia presenciado há muitos séculos, e talvez nunca tenha acontecido antes!

Em alguns segundos, o jovem réptil desvencilhou-se da casca. Enquanto isso, Speck se aproximou e acomodou o ovo restante em seu braço esquerdo. A jovem criatura, que já tinha metade do tamanho de um homem adulto, observava o explorador com olhos curiosos, abrindo e fechando a boca, sacudindo a cabeça enquanto emitia uns sons agudos e tímidos. Speck foi tomado pela sensação de que o pequeno Crocodyl estava tentando falar com ele, ou, pelo menos, se comunicar.

Hipnotizado pelos movimentos espasmódicos do pequeno ser cujos olhos vermelhos e dourados eram redondos como pérolas, Speck sentiu uma vontade incontrolável de estender a mão e tocar a criatura. E foi o que ele fez após deixar sua faca no chão…

Episódio V - Dores

Hoje, as únicas lembranças que ele guarda daquele momento são a incompreensão, a dor lancinante que o cegou por um segundo e, depois, o retorno à realidade, com o barulho surdo do seu braço ao cair no chão, arrancado na altura do cotovelo. O que Speck não sabia naquela época, mas que hoje em dia é de conhecimento geral, é que a primeira coisa que um Crocodyl selvagem vê ao nascer não é – ao contrário da maioria das criaturas do Mundo do Doze – a sua mãe, mas sim sua primeira presa.

Enquanto o jovem Crocodyl devorava o braço que seria sua primeira refeição, Speck conseguiu sair da jaula, titubeando, ainda em estado de choque. Ele subiu as escadas e abriu caminho entre a multidão de marinheiros que lutava contra os ferozes e velozes Crocodyls selvagens. Foi praticamente por instinto que ele conseguiu se juntar aos dois mercenários que o aguardavam em um bote salva-vidas pronto para partir.

Eles o acolheram da melhor forma possível e improvisaram um torniquete. Em seguida, remaram com todas as forças para se afastar rapidamente do navio. Speck permaneceu contorcido durante várias horas, mantendo o segundo ovo aquecido contra a sua barriga. Já o navio parecia se afastar em direção às nuvens sombrias que tomavam forma de tempestade.

A bordo da Arena Dunylo, o caos reinava. Os marinheiros, mesmo aqueles que não estavam drogados ou bêbados, não tinham condições de enfrentar criaturas tão ferozes e violentas como os Crocodyls selvagens. Os homens caíam um a um sob golpes de garras, caudas e mordidas. O medo e a adrenalina os forçavam a sair do estado de torpor provocado pela droga e o álcool. Os mais valentes lutavam, alguns se jogavam ao mar e outros faziam o possível para tentar liberar os botes restantes. O próprio capitão Crook subiu em um bote sem pensar duas vezes, deixando seu navio e seus homens à mercê dos monstros escamosos.

Epílogo

Enquanto os botes se agrupavam e os homens eram pescados do mar, o navio partia à deriva, puxado pela tempestade nascente. Os raros sobreviventes a bordo soltavam seu último suspiro agonizante, despedaçados pelos Crocodyls selvagens. O navio estava perdido. Ele certamente iria parar no fundo do oceano, destruído pela tempestade.

Crook amaldiçoou o dia em que aceitou o contrato de Speck.

Até hoje, ninguém sabe o que aconteceu com o navio e com sua carga mórbida.

Alguns creem que o barco sucumbiu à tempestade. Outros imaginam que os Crocodyls continuam nadando pelos oceanos, esperando que um novo navio passe por perto para que eles possam abordá-lo e devorar a tripulação. Já os mais loucos tremem só de pensar que talvez o navio sangrento tenha cruzado o caminho do capitão Tchuke e que este último tenha transformado os Crocodyls selvagens em seus novos membros da tripulação, tornando-se ainda mais mortal...

O mistério continua, mas uma coisa é certa: Speck e o capitão Crook são os menos interessados em saber o que aconteceu com a Arena Dunylo.

**** Fim ****

Até onde sabemos, a Arena Dunylo vagava pelos oceanos como um navio fantasma, com uma tripulação composta de ferozes Crocodyls… No fim da história, alguns ainda estão tentando descobrir o que tudo isso tem a ver com a ilha de Moon e a próxima atualização. Outros já devem ter uma ideia…

...e nós queremos ouvir sua ideia! O que você achou da lenda de Speck e os Crocodyls? Qual capítulo é o seu favorito e por quê? Nós publicamos este devblog em duas partes para reunir seus pensamentos, impressões e comentários, por favor, compartilhe conosco!